Sob os Girassóis.
.., e, ali estava eu, feito ave adormecida.
O dia escondia entre os lençóis a rotina, e tudo parecia ter mudado.
Gosto desta intimidade com o imprevisto. Consigo um espaço maior, vejo através de mim.
Percebo, acolho meus olhares bem de perto, e longe entendo o silêncio que se aproxima desvendando a rapidez dos ruídos que existem, insiste em ficar aqui.
Neguei muitas vezes este olhar,
Olhar o horizonte enquanto o tempo se esvazia.
... , Assim, eu deixei de colher os girassóis para ficar contigo.
No levantar dos olhos, percebo que nada se parece comigo. Não quero fazer esforço para sorrir sem vontade, ao contrário,
estou pronta para chorar, mas, meus olhos estão secos. Sei que é por você que eu vou chorar!
Não importa, preciso chorar, nem que seja para rir de mim mesma, depois.
Preciso chorar!
As nossas expressões se transformaram quando descobrimos que não havia mais noite para acumular aquele dia.
Não sabíamos das horas...
Separávamos as nossas roupas como se nunca tivéssemos nascido.
Talvez pudéssemos nascer de novo para entender o que estava acontecendo.
Só não queríamos avisar as lembranças de coisas que já passaram na hora que a saudade viesse apertar.
Esvaziei toda a alegria do meu coração quando senti a tua saída.
Ao vento, confessei que sempre te amei.
Em breve ausência, deslizei sobre o tempo sem parar na rua para deitar sob a árvore que ficou à espera da última tarde que deitamos nas sombras de suas raízes.
E, as folhas ignoraram o meu choro.
Já em casa novamente,
Procurei no espelho algo que se parecesse contigo, e só via um sorriso triste que saiu dos meus lábios.
Então, o desenho se perdeu entre os meus dedos e quando a solidão chegou,
..., antes mesmo da minha partida,
eu fui colher os girassóis!