FIM DO MUNDO
Nestes tempos de fim de mundo
nem tenho tido tempo de pensar no Apocalipse.
São tantos projetos para derrubar o planeta
que nem sei a qual dou mais atenção.
No entanto, quando o mundo acabar, e da forma
que acabar, vou procurar estar feliz e
me divertir muito com a cara dos magnatas,
dos construtores de cartéis e dos pobres banqueiros.
Os materialistas de plantão vão tentar salvar
dólares, euros e outros papéis altamente combustíveis.
O petróleo vai alimentar a chama da grande fogueira.
Não haverá bombeiro suficiente, mesmo porque,
como são anjos, serão os primeiros a subir.
Os pais vão querer todo o tempo possível para
estar com os filhos e, pelo menos nessa hora,
o DNA fará algum sentido.
Os traficantes vão tentar sair das prisões
que eles mesmos construiram e não haverá
"terezas" porque não existirá mais muro pra saltar.
Os gays estarão lembrando da tragédia de
Sodoma e Gomorra e, envolvidos em bandeiras
de arco-íris, entonarão seu hino colorido.
Fico perplexo com a clareza da visão que me ocorre.
Vejo religiosos blasfemando. Alguns malucos soltando
rojões e outros sem-cérebro, bombas atômicas.
Mais uma vez a barata vai se salvar.
Afinal ela também é filha de Deus. Ou não?