DIAS E NOITES
Quem irá me valer no vale dos sonhos?
Os verdes duendes de orelhas grandes,
ou os enlanzados carneiros de fala mansa?
Na mansuetude do amanhecer irei buscar minha paz.
Irei achá-la entre cantos e entretantos.
No calor do dia explodirei em energia.
As labaredas serão como malaguetas em flor.
Na calada da noite assaltarei meu futuro.
Nada de armas nem vestígios de pressa.
Na madrugada, escreverei o que foi tudo de meu.
Do princípio, ao verbo em expansão sem receios.
Antes do Sol nascer serei de novo, eu.
Renascido das cinzas do meu ser.