AMOR MAIOR, AMOR MENOR.

Quando o poeta é pego de surpresa,

quer seja por uma meliante ou um

amor larápio, perde a voz e os sentidos.

Desavisados, desarmados e distraídos,

poetas são campeões de roubadas.

E o pior é que conhecem a trama,

mas se deixam levar por sussurros

eróticos e toques internéticos.

A figura que ataca não poupa seus egos

nem respeita aquela fragilidade exposta.

É um morde e assopra e morde e assopra

que mais parece teatro do absurdo.

Pior ainda é que são vários alvos, e entre

os preferidos estão quase sempre

quarentões acima, resolvidos ou não.

Escrever no recado “eu te amo” é como

dizer em bom tom “mãos ao alto,

isto é um assalto, agora você é meu”.

Amor maior tem os poetas.

Amor menor tem quem

apenas quer ter um poeta.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 24/05/2009
Código do texto: T1612184
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