UM EGOÍSMO FENOMENAL

Sempre que tento estabelecer

uma distância coerente entre

meu nascer e meu morrer,

desisto dessa tara de advinho.

O primeiro dado eu tenho.

Do segundo, nem quero ouvir falar.

A minha ressurreição já é verdade.

Sei que sou um morto do futuro.

Depois, serei um vivo do passado.

E o presente, por enquanto é agora.

E agora é tarde pra lamentar

tantas linhas de vida que apaguei

dos meus poemas insanos.

Nem adianta mais contemplar estrelas

e fazer de conta que escrevo o bem.

Nem quero mais fazer dezoito anos de novo.

Prefiro me reespirituar.

Deixar meu anjo de guarda de lado e

me adorar como entidade única.

Um egoísmo fenomenal.

Um egocentrismo ímpar, magistral.

Se eu não for o centro do meu universo,

ninguém o será por mim.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 23/05/2009
Código do texto: T1611140
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