MIRÍADE
O manto do anoitecer abraça a terra.
As pessoas alvoroçam-se, pressagiando
a poesia do luar!
As tristezas e ágmas sentidas
dão lugar a devaneios de áureos pensar,
em livre e solto poetizar!
Além do horizonte, a magia celestial
entranha-se no infinito das estrelas,
espelhando cisalhas de prata
caindo dos ares a se espraiar...
No mar, reluzentes reflexos choram
a vã tentativa de submergirem os seus encantos,
para alegrar nas profundezas,
o cirandar de espécies marinhas,
inquietas a borbulhar.
O mar não se agiganta por ondas
revoltantes: é calmo, fitando as estrelas,
pois tudo pára, envolto
no magnetismo estelar!
Não há pranto a correr
para o seu leito aquiescente,
que repousa lânguido no vértice,
até que as lágrimas das nuvens,
num dia qualquer, de repente...
entristeçam suas vertentes.