NÃO ME CHAME DE MEU AMOR
Sou de ninguém não.
Nem eu eu, nem eu que tu vês.
Não me chame de nada.
Nem de meu amigo, meu inimigo,
meu parente, meu gato...
Nem pensar de meu amor.
Faz tempo que cortei os liames.
Nesse instante, nem de mim eu sou.
E navegando nesse despreendimento,
encontrado depois de anos...
apenas tenho.
Tenho a mim, sem propriedade.
Tenho a ti, sem posse.
Tenho a Deus, sem escritura.