POEMA DE AMAR
Desde pequeno sempre ouvi a palavra amor.
Não fazia muito sentido porque não odiava ninguém.
Então, depois de algum tempo, já crescido, ouvia
a palavra amar.
Fazia algum sentido, mas nada sentia o que isso fosse.
Um pouquinho mais velho, já entendia os dois termos,
mas ainda não tinha vivido o segundo.
Quando me apaixonei, o mundo que era cinza,
virou a paleta de Rembrandt.
Passei a enxergar o céu. Adorar a chuva. Cantar
com o vento e a imitar o canto de passarinhos.
Um semblante de sorrir. Um olhar de quem olha mar.
A palavra amor que já existia em meu ser, ao virar verbo,
fez de mim a mais feliz das criaturas.
Hoje, mais maduro, não amo mais assim.
Deixando o egoísmo de lado, passei a amar
a vida. E não só a vida por ela. Mas a vida
como um todo e todos que me cercam então.
Todos os que enxergo...ou não.