APROVEITANDO O MOMENTO...-Matéria do Cantinho do Zé Povo-O Jornal de Hoje-NATAL-RN-Edição de 25.Abril.2009
Eita, minha gente! Hoje, 25.04.2009, data da primeira partida da decisão do campeonato de futebol do Rio Grande do Norte, o Cantinho do Zé Povo aproveita o momento, para parabenizar, desde agora, os dois finalistas, o POTYGUAR de Currais Novos e o ASSÚ, da cidade do mesmo nome e que é o berço da maioria dos poetas Norte-Riograndenses. Vocês, meus irmãos curraisnovenses e assuenses, independente do resultado das duas partidas a serem disputadas, já são os grandes vencedores, os grandes campeões. De planejamento, de conduta, de postura ética, de humildade, de competência; e, principalmente do futebol apresentado dentro das quatro linhas. “Num teve prá ninguém, meu fíi”! Vocês “dero cumo quem dá na mulexta duis cachorro”... Jogaram como gente grande... Como gente grande sim; pois vocês, esse ano, foram os maiorais, sem sombra de dúvidas. Sem estrelismo, mas com determinação; com humildade, mas impondo respeito; respeitando todos os adversários, mas conscientes de sua capacidade e que tinham amplas condições de chegar onde chegaram. E, para minha alegria, dois times de duas cidades que “eu quero um bem da bixiga tabóca”... E tenho motivos para isso, se não; vejamos. Em Currais Novos, meu saudoso pai, tinha sua casa de couros e é a cidade de vários amigos que tenho a felicidade de possuir. Ali conheci figuraços da melhor qualidade. Em Assú não foi diferente, bem pertinho de Paraú, onde trabalhei durante algum tempo, na pesquisa de schelita em fins da década de sessenta e início dos anos setenta. Cidade onde o saudoso Cel. Silvestre Veras fazia, invariavelmente, todos os meses, a primeira sexta feira do mês, comungando durante a missa das cinco horas da tarde, e ao sair da igreja, ia “bater o ponto no Chão de Estrelas, beréu de saudosíssima memória”. De Currais Novos, levei para trabalhar comigo, o “foguista” José Salustiano, que dizia “colocar dinamite debaixo do altar sem derrubar os santos”; mentia tanto quanto seu colega que levei de Acari, Raimundo Gama de Araújo, eletricista de primeira linha; mas duas figuras maravilhosas. Também levei dali, “meu mestre no riscado da mineração, o meu querido e saudoso amigo, Juarez Pires Galvão”. Lá mesmo em Currais Novos, também tive a felicidade de conhecer um “figuraço”, pai dos meus amigos Assis, ex-jogador do América e Sérgio, que na época era meu colega de munganga, no tempo das motocicletas NEGRINNI e das peripécias do meu saudoso compadre Véca, que era mecânico de motos e “tinha um causo com Terezão, lá na Pensão Ideal, na Ribeira Velha de Guerra”. Mas, o pai de Assis e Sérgio, era o mui saudoso Seu Raul, cujo automóvel DKW era conhecido como “marmita, pois só andava nêle, comida”, ou sejam as “fazedôras de caridade que êle apanhava à noite no oitão do cemitério, atravessava a cidade toda, fazia o serviço lá no mato e depois voltava para deixar a dita cuja no mesmo local onde havia apanhado”... Certa feita, segundo relato e autorização para publicação, do seu filho Sérgio; seu Raul pegou “uma criatura” e colocou na mala do DKW para atravessar a cidade em direção ao “matadouro”. E quando chegou ao local, a fechadura do porta malas do carro travou... Êita, aperreio da gôta serena! O véio mexeu a chave prá lá, prá cá; mudou de posição e nada... Fazendo tudo isso e dando grito na “quenga” para ela parar de reclamar e de chorar dentro do porta malas... Depois de rodar mais de meia hora com a “curupaca” prêsa no porta malas do DKW, depois de acordar o “chaveiro” às onze da noite e êle não conseguir abrir, o jeito foi “arrombar a mesma com um pé de cabra e deixar a chibatada para outra ocasião”... Pagou à quenga “sem ter dado o serviço; e o fíi de quenga do chaveiro ainda encheu a cidade com o causo no dia seguinte”...