CORDONÊ!
Quando imagino a Terra,
suspensa em cordonê,
vejo um astro-marionete.
E os colegas de espaço,
manipulados com habilidade
promovem uma dança mambembe.
Bilboquês, encaixam-se
nos buracos negros do Universo e
lá em cima, no trapézio,
cometas e estrelas cadentes
vão se lançando em
saltos mortais sem proteção.
Não existem telas porque não
há onde cair.
Um pipocar de fogos de artifício
gera bilhões de novas estrelas.
Tudo é tão rápido que não consigo contá-las.
Tudo é tão inverossímil
quanto a verdade absoluta que descobri.
Quando olho pra minha vida,
imagino tudo assim. Tudo num pequeno espaço.
E num infinito tempo.