DISSONÂNCIAS DO SER
Esses batimentos sonoros
de corações sem ninho
me inspiram questionar
o verdadeiro sentido do amor.
Tantos acordes em desalinho.
Tanta flutuação em dor.
Tanta melodia sufocada,
que o rítmo sucumbiu à métrica.
Tétrica, em intervalos vibratórios,
a angústia do viver por viver,
se explica em oratórios e divãs.
Esse maestro que sei,
vive assim, escondido em mim,
não rege a vida que vibra,
nem flutua no sussurro dos amantes.
Tenta, sem sorte, reger
só dois compassos dissonantes.