AGONIAS DE UM POETA IN VITAE
Extrema unção, não!
Não, não e não.
Não estou morrendo agora.
Morro todos os dias.
Desmorro todas as horas.
Revivo. Realço. Renasço.
Reencarno.
Extrema unção, não.
Se aceitar poderei morrer mesmo.
Portanto, não quero nada disso.
Prefiro me rever.
Me penitenciar.
Até me sacrificar
em nome de uma nova ordem.
Do Universo.
Eis que sei que a vida
viverá sempre.
Não nos homens.
Mas no Céu. Nas estrelas.
Nos fins de mundo.
Num fim de mundo desses
ainda publicarei meus poemas.
In vitae, claro.
Talvez seja em ONX.