ECLUSA
São vários tons de manchas.
Não sei se sonhos ou só sonos turvados.
Todos se embolam como numa piracema de
lembranças.
E pululam, tentando alcançar leitos acima.
Há um fervilhar de tempos, um emaranhar de
flashes como multidões de vagalumes.
Milhões de mini lanternas vermelhas em pares,
feito olhos de jacarés.
Uma procissão de velas nas muralhas da China.
Bilhões. Como se fôra a lava de vulcões que
avança, em coreografia de pincéis contorcionistas.
Espécie de lucidez que precede loucuras.
Espécie de eclusa que, fechando comportas,
transporta hidraulicamente de baixo pra cima.
Ou vice versa.