ECLUSA

São vários tons de manchas.

Não sei se sonhos ou só sonos turvados.

Todos se embolam como numa piracema de

lembranças.

E pululam, tentando alcançar leitos acima.

Há um fervilhar de tempos, um emaranhar de

flashes como multidões de vagalumes.

Milhões de mini lanternas vermelhas em pares,

feito olhos de jacarés.

Uma procissão de velas nas muralhas da China.

Bilhões. Como se fôra a lava de vulcões que

avança, em coreografia de pincéis contorcionistas.

Espécie de lucidez que precede loucuras.

Espécie de eclusa que, fechando comportas,

transporta hidraulicamente de baixo pra cima.

Ou vice versa.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 23/02/2009
Código do texto: T1454377
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