ZICO POLÍTICO
 
 

Zico, o filho do Tunico
É um homem afortunado;
Muito jovem, ex-político
Foi presidente do senado.

Na sua cidade foi edil,
Bem querido e respeitado;
Por isso então saiu
Candidato a deputado;

Ainda nem fez trinta anos,
Porem é muito estudado,
Formou-se muito cedo mesmo,
É jornalista e advogado.

Na condição de candidato
Pediu ao seu eleitorado;
Estes o achando simpático
Atenderam-lhe o almejado.

De família com história,
Filho do prefeito tunico,
Nesta grande trajetória
Lá vai o Zico político.

Já no congresso nacional
Com a carreira garantida
Zico político se deu mal
Ficou num beco sem saída

O rico Zico político,
Com pouco não se contentava não,
Por isso combinou com o Nico
Um dinheirinho pro mensalão

Para chegar lá no senado
E ser presidente prometeu,
Assim o moço arrojado
Em boa encrenca se meteu;

E, porque tudo a tal C.P.I.
Nada deixou de investigar,
Remexendo daqui e dali,
Foi logo o moço alcançar.

Mas com muita perspicácia
Dos problemas se livrou,
Esperteza e inteligência,
Isto nunca lhe faltou.

Onde está o zico político?
É uma grande indagação,
Ele já não é mais rico
Já não está na boca do povão

É um cidadão comum,
Sem riqueza e ostentação,
Vive de trabalho honrado,
Com mais amor no coração.
 
Esta história do zico,
Rico político que errou,
Que acabou pagando mico
Por uma grana que nem usou.



 
 
 
Nota do Autor:


                     Essa é uma história fictícia. ZICO POLÍTICO, por mim criado baseia-se em alguns casos verídicos que se proliferam pelo Brasil afora. Coincidentemente estou publicando no período em que as peripécias dos políticos para abafar o caso do mensalão estão presentes diuturnamente em toda mídia nacional e estrangeira.
                    Eu que tinha uma idéia bem humorada para contar em prosa e verso um causo de certo político que conheci e com o qual fiz amizade, criei a poesia em prosa e verso. Aliás, a amizade com esse cidadão, embora nem tão estreita quanto antes, mantemos até hoje porque essa pessoa é muito legal, honrada e se preocupou em reparar seus erros a tempo.
                    Claro que aqui eu troquei os nomes verdadeiros dos personagens. Aproveitei o gancho do mensalão e o inseri em alguns versos neste conto-poesia. O famigerado mensalão, do qual o governo era conhecedor e protetor do qual se esquivou e se desvencilhou com facilidade e na maior "cara de pau" e sem o menor constrangimento. Só faltou premiar os seus ASSECLAS pela façanha. Ele foi tão esperto, tão bagre ensaboado que conseguiu reeleger-se.
                    As denúncias e provas, o festival de dinheiro embalado em cuecão e outros atos de corrupção plenamente comprovados foi tão bem despistado que até hoje não se tem mais notícias. Enfim, um bode expiatório está cortando um doze nas grades. Tadinho dele. Lembram-se do quadro bem humorado do JÔ SOARES? Aquele que indignadamente “o bode expiatório” perguntava:
                    - Só eu? Onde estão os outros?
os outros?