POEMA DO PANTANEIRO
Pantaneiro não é só peão, não!
Pantaneiro desde aprendiz tem cicatriz.
É gente que luta na lida do boi bão.
E do marruá também.
É gente de comitiva, de arroz tropeiro,
de olhar faceiro e faca na cinta.
De roupa suja e mente limpa.
É gente de cantoria. É violeiro de 7 cordas.
Cada uma prum dia. É violeiro de cantar
que não tem medo de onça,
mas tem de piranha.
Porque piranha é bicho peixe traiçoeiro.
Mas que vira caldo e faz virar mais homem
o pantaneiro.
Raça diferente. Força de gigante,
tem como mãe a teimosia em viver
e como pai um Deus feliz.
Precisa de muito pouco pra ter satisfação.
Bois, água, estrada de chão e estrelas.
Como naquela canção!