UM HORROR DE AMOR

Foi assim.

Ela se mascarou de bruxa.

E eu de mago.

Foi uma misturança tal

de poções e caldeiradas,

que ninguém sabe quem

foi o mais forte na mortandade.

Eu, por princípio, só mato saudades.

Ela, por vocação, só mata o tempo,

tentando achar cartas no jogo da memória.

Assim vivemos nós, hoje,

diante da eternidade

que custa a chegar.

Um horror de amor,

que um dia foi um

amor de amor.

E agora é um amor

mago, cheio de cartolas.

E coelhos mal passados.

E pombas espertas

que não querem mais

participar de mágicas pobres.

Ninguém mais bate palmas.

O mágico acabou em si.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 13/02/2009
Código do texto: T1436434
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