O Construtor de Vagões II

A Estrutura de ferro

Pode ser tocada por qualquer um que tiver vontade

Mas sentida só por mim.

Sou dona da liga de ferro que a mantém rígida.

Ao meu toque o ferro é liquido e se funde aos meus dedos, mas no fim recua porque nasceu ferro, cresce ferro e morrerá ferro.

Rígido e frio

Feito para aguentar peso e pesar sobre os trilhos.

A vida fez do construtor um de seus vagões,

o mais defeituoso deles,

o mais necessitado e ainda que tenha sido por muitos cobiçado

o construtor permanece intocável.

Só eu posso tê-lo.

Seus vagões não podem ser dele e ele não pode conserva-los por perto.

Porque são vagões, foram feitos vagões, e condenados a isso estão.

E ele foi feito construtor, e construtores

Não usu¬fruem de suas construções.

Não moram em suas construções.

Não andam em seus vagões.

Eu continuo procurando uma forma de voltar. O construtor procura uma forma de não me esperar. Mas não possue tanta força. E a noite o construtor vem pra mim. E é meu, é liquido, é fraco, é menino, é...trilho.

Meu construtor não sonha, só dorme.

Laís Santiago Andrade

Laís Andrade
Enviado por Laís Andrade em 01/02/2009
Código do texto: T1416532
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