HORAS DE SONO
Nestas horas em que
deixo o sono de lado
e brigo com o travesseiro,
nem sei bem quem mais agredir.
Eu xingo as santas e
beijo as putas.
E brigo com os papas
e venero políticos corruptos.
Pesadelos institucionais.
Controvérsias.
Não encontro versos
para cantar o amor.
O amor acabou faz tempo.
Enfio a cara no travesseiro.
Ouço o pernilongo.
Ouço o hino nacional.
Ronco um pouco.
Penso na nota promissória.
Nos juros. Na crise escondida.
Nos corruptos.
Nos policiais corruptos.
Nos deputados corruptos.
Nos senadores corruptos.
Ouço o hino nacional.
Choro e acordo.
O pernilongo continua.
O amor acabou faz tempo.