NAS AGONIAS DO SER
E bem lá que moram as mortes.
As vidas, elas se espalham em escritórios.
Vivem de telefonemas e não se incomodam
com faxes do além.
Nem percebem as dissonâncias entre
ser e não ser.
As vidas não têm mais sentido.
Só vivem por viver.
A grande preocupação
é a aposentadoria.
Que nunca vai vir.
Nas agonias do ser, eu sei,
não há, nem nunca houve alegria.
Só vivem esperanças.
Estas, são só esperanças.
E elas são mesmo as últimas
que morrem.