Imensidão



Vai e vem das ondas morrendo aos meus pés... silêncio pesado me desnorteando, abismando meus sentidos, me afogando no ciclo da vida e das marés desta sina que teimam em me deixar ao invés...

Um conto um tanto louco para ser contado... ainda mais desvendado para um mundo que cesso de acreditar na simplicidade da sensação, simplicidade nascida na virtualidade desta síngela imensidão... um sentimento nascido do vazio e do frio mas que trouxe em seu ardor a sua intensidade de amar e de ser amado...

As ondas morrendo na areia do tempo... trazendo de volta a memória daquele teu olhar me espiando e me seduzindo... me lembrando dessa nossa história que hoje me atiça em sua glória e me faz um tanto ficar sem ar na plena sofreguidão da tua presença... essa mesma emoção que um dia foi nossa na sua mais sublime alquímia...

Tu e eu, uma luz passageira e traiçõeira... guardada no interior do meu ser... um amor efêmero que persiste em arder e que ainda hoje me seduz neste momento de infinita solidão em perfeita comunhão com a doce carícia do vento, reacendendo o fogo duma paixão que ultrapassou o além do mais fulguroso vulcão...

Amor, hoje mais que nunca sinto saudade de você nesta imensidão que parece não ter mais continuição sem você ao meu lado... Hoje mais que nunca queria sentir essa nossa infinita intensidade tomar posse de nós para jamais ter que negar essa fascinação que sempre foi e é minha mais nua e crua realização.




                                       Salomé




Salomé
Enviado por Salomé em 04/01/2009
Reeditado em 25/01/2009
Código do texto: T1367412
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