BARROS -Escrito para Manoel de Barros - em 1995

Vivo todos os Barros

desde o primeiro deles

em que foi feito Adão.

De um Adhemar e minhas lembranças

do político paulista,

a um Manoel e suas letras pantaneiras.

Embarrado em seu alazão,

lá vem um boiadeiro a me inspirar

poemas de ilusão.

Seu alazão é só uma miragem,

porque alazão não voa no pantanal.

Pode ser alegre e montar em sua lustrosa carcaça

equina.

Mas que o alazão não é alazão, não é.

Manoel, me perdoe esse ranço

a lhe invadir seu santuário mundo.

Quebrou o arreio e arreio eu.

Que vi florestas em extinção.

O verde virar cinza e cinza virar eu.

Peão de mim.

Peão da vida, que monta um monte de verdades.

Que se derruba nos barros dessa arena

e que se entende que ao barro

voltará bem breve.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 26/11/2008
Código do texto: T1305042
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