REMOENDAS

Então ousei lembrar de ti

naquele nosso primeiro momento de amor.

Estavas com um medo ansioso do prazer

que talvez viesse.

Sim, talvez.

Nunca houvera esperiência tal

nem nada que não fosse instinto.

O desabotoar de roupas gerava ansiedade cruel.

A descoberta de corpos brancos, curtidos

em lâmpadas fluorescentes do colégio,

não tinha importância naquele momento.

Entendi, então, muito das aulas de química

orgânica... fui vivenciando reações inéditas.

Das aulas de física, lembrei da lei de atração

dos corpos, atraindo um ao outro segundo

a relação direta do amor e inversa do quadrado

do desejo.

Bancos escolares, giz, quadros negros,

preservativos...tudo girava em minha cabeça

adolescente, enquanto te envolvia nua em meus braços.

Não sei saber de notas. São estas apenas remoendas

de um passado que não passou.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 19/10/2008
Código do texto: T1236752
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