Reecontro



Meus passos se apagam no silêncio da noite, a escuridão clamando meu nome nos mantos da sua sombra... a bruma me envolvendo docemente em seu manto, sua tão suave carícia desvendando o meu escravo coração...

Caminho sem rumo... seguindo a canção solitária do vento, caminho devagar, sem olhar e portanto meus olhos não param de te pensar, de te procurar...
Do nada hoje entre cantos e recantos, decidistes voltar vendendo essa  mesma emoção que faz estremecer o meu corpo num só sopro, que me faz querer mais que uma simples paixão e que me faz sonhar com mais que um mero verso mas uma inteira poesia, ofertando esse doce sentimento que se insinua na corrente do meu sangue e me reveste de sua incoerência vádia, feito uma indomável praga que não tem piedade por esta alma dilacerada...

Nas palavras renovadas, viajo na sensação de teu corpo entre nosso beijo e a tua boca, afago o teu peito e sinto o teu coração sob a meus dedos tremûlos... meu corpo de encontro ao teu ardor e aquela chama da passada dor que suavemente apagas com tuas mãos mapeando no reencontro  dos caminhos do amor que nunca foram totalmente traçados nem saciados...  O que ontem nos foi retirado hoje nos é ofertado na maior intensidade libertando os encantos e feitiços que roubaram a minha vida da felicidade da tua presença... aos poucos tuas mãos desvendam os segredos do meu corpo e apagam o passado e toda ausência, clamando o meu nome em perfeita comunhão com o teu, me rogando de ser tua novamente, somente tua neste nosso novo amanhecer... O destino nos observa atentamente, jogando sua ultima cartada!



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Salomé
Salomé
Enviado por Salomé em 12/09/2008
Reeditado em 29/01/2009
Código do texto: T1175296
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