POEMA DO ANOITECER
Vem o Sol e a tela
que se amarela
emancipa novas cores.
São tantos tons que,
em miscigenação perpétua,
fazem nascer novas raças de cor,
que não têm nome.
E quando vem o vento,
e vem borrando tudo,
cria tornados em pincéis de água,
emaranhando ocres e patinando nuvens.
E quando anoitece e vem a Lua,
o prata se mistura, num encantado brilho.
Mas tudo isso é fundo.
A folhagem verdejante em primeiro plano,
mais os pássaros em mil matizes,
buscando seus lares no topo das árvores,
fazem da tela que aquarelo,
um lindo retrato.
De naturezas vivas, por enquanto.