ESSE MEU SER
Esse meu ser,
que quando tem
que ser, não é,
me envergonha.
Nunca mais posso
amar de novo
sem prestar contas.
Nunca mais posso
ter contas no amor.
Sem caderneta,
nem apontamentos,
meu amor paga à vista
seus débitos todos.
E no empório,
o cheiro da mortadela
me inebria e me
dá muita fome.