Ecos

Revoadas de gafanhotos chegando,

Corona e Covid avançando,

Entes chorando.

Juntamente com o vento,

Devastando o milharal,

Enchendo leitos de hospitais,

Brasil adentro,

Todos vão.

Limpando a sujeira,

Tirando a poeira,

Rastro de destruição,

No paraíso da corrupção.

Eita nacionalidade danada,

Açudes e cacimbas secando,

Providência e seriedade não há,

Resultado: tudo acontece,

E não dá em nada.

Banal e fútil,

São as lágrimas dos crocodilos,

Que famintos,

De bocarras arreganhadas,

Os dentes tilintam uns nos outros,

Vorazes utilidades.

A técnica de manusear as máquinas,

Nova Ordem Mundial,

Tecnologia globalizada,

Vieram dos pós-guerra.

Guerras humanizam;

Ou os sentimentos,

Mecanizam?

Reforçar as estruturas,

Trocar os esteios;

O telhado, também.

Varrer a desordem;

Recriar a ordem.

Planejamento,

Família,

História,

Cultura,

E gregarismo,

São coisas seríssimas.

Toda residência,

Precisa de limpeza e asseio;

Se não for com cloro, vassoura, rôdo, suor e sorrisos,

Certamente, será com lágrimas banhadas de sangue cortadas pela adição de sal.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 25/06/2020
Reeditado em 25/06/2020
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