O PIVETE
Outro dia, andando pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, esbarrei num menino de no máximo uns doze anos, com o choque nos desequilibramos os dois; ao se levantar o menino, notei por debaixo de sua camiseta de malha, bastante folgada, que preso no cós da bermuda ele portava uma faca e uma reluzente pistola cromada. Vendo o meu espanto, o menino endereçou-me o mais lindo sorriso, fazendo com as mãos o gesto de uma ave a voar e dizendo: '"tio, eu sou da paz. . ."
Depois desse inusitado encontro, só me restou compor um poema:
O PIVETE
Esbarrei no pivete
tava muito cheirado
tresoitão e canivete
saltei de lado
muito assustado
e disse assim pro moleque:
- menino, vê se te orienta
não vê que o teu lindo sorriso
pode mais que bala do teu PT 380.
- por JL Semeador, dia desses, caminhando da Lapa para a Central do Brasil -