O PIVETE

Outro dia, andando pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, esbarrei num menino de no máximo uns doze anos, com o choque nos desequilibramos os dois; ao se levantar o menino, notei por debaixo de sua camiseta de malha, bastante folgada, que preso no cós da bermuda ele portava uma faca e uma reluzente pistola cromada. Vendo o meu espanto, o menino endereçou-me o mais lindo sorriso, fazendo com as mãos o gesto de uma ave a voar e dizendo: '"tio, eu sou da paz. . ."

Depois desse inusitado encontro, só me restou compor um poema:

O PIVETE

Esbarrei no pivete

tava muito cheirado

tresoitão e canivete

saltei de lado

muito assustado

e disse assim pro moleque:

- menino, vê se te orienta

não vê que o teu lindo sorriso

pode mais que bala do teu PT 380.

- por JL Semeador, dia desses, caminhando da Lapa para a Central do Brasil -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 07/10/2011
Código do texto: T3262399