Eia… Eia… Vida!
O meu sentido de oportunidade, está, para mim
como a sobrevivência, está para o animal.
Minha razão é só o ordenamento, de meus
pensamentos.
Perscruto-os, sem fazer deles
meus senhores, nem lhes prestar vassalagem.
Toda e qualquer ilação, que retires de um
pensamento, se o consultares, à luz da razão, e, a ela,
te segurares,
eis, então, que deixa de ser essência, primária e original.
Quer um quer outra, são dois impostores,
o que precisamos é de ver com os sentidos, sem uso da visão,
porque quem olha mente.
Cresce uma flor, aberta sua corola: mas porque sei
eu isto, se não olho para ela?
Porque a vi, em todo o seu esplendor, no olor,
que chegou até meu olfacto e ouvidos.
E eu sou carne, nervos, sensitivos padrões recorrentes.
Ah, quem dera, ter o cerne dos grandes poetas!
ser como a criança, que não julga, pois que, sua visão, das coisas,
está no tacto, nos ouvidos e olfacto,
como esta leve brisa, na folhagem de uma árvore.
Mais uma vez, não é o olhar, quem me fala,
mas o saber, da existência da árvore, no seu murmurejar ao vento,
que sacode meus cabelos e cala, no meu rosto, seu altruísmo
natural, das coisas vivas.
Pois, em verdade, vos digo, a razão é filha da mentira,
subverte e desfigura, o que à nossa volta se expande ou jaz,
agonizando, seu último estertor, pois que não acreditamos, em nossa inocência.
Ah, não ser eu, todas estas coisas, o nada
que é tudo, tão natural como a minha sede de vida!
Ser simplesmente – e basta.
Jorge Humberto
19/04/08