As sensações involuntárias
E esse pensar involuntário
Se transformando em sensações
Minha cabeça sempre cheia
De loucas e intensas canções
Que me embrenham numa teia
Que nunca se de mim apartam
Criando mundos de ilusões?
E essa desvontade de criar
Em papéis materializar
Usando mão e lápis caneta
Como se fosse um poeta
De contínuas transformações?
Melhor era não existir
Para não ter que nada disso sentir
E descansar de barriga cheia
Sem em nada refletir
Sem a necessidade
De mostrar a sociedade
Dos estranhos leitores
Que me sentem só com suas dores...
Eu nunca falo no que penso
É sempre outra a revelação
A qual me sinto propenso
A ver o feito com desilusão
Não me dão alegria essa palavras
Escritas, estranhas à minha lavra
Que se mantem em sepulcral
Silêncio, e se as leio passo mal
Como se me fossem um aborrecimento
Como quem precisa muito dormir
Porém tem os olhos secos de cimento...
Queria mesmo que em vão momento
De tudo levasse de minha cabeça
Um tempestuoso e bem vindo vento...