Autores

Perfil

   1)  Me considero um homem forte, mas também fraco. Por incríveis vias do destino e de descobertas interiores acabei percebendo que gostava de dar aulas: tornei-me professor de matemática, mas também, já dei aulas de literatura, artes e religião, entre outras. Descobri a Literatura verdadeira no segundo ano do ensino média quanto tinha 20 anos, passei, por motivos vários, quatro anos sem poder concluir a terceira série primária, isso por algum tempo foi motivo de muita angústia. Atualmente sou funcionário público da rede estadual de ensino médio onde moro, trabalho também na rede particular, além disso, em cursinhos, e sou professor substituto na Universidade Estadual do Maranhão. Mas me agrada muito não fazer nada, tento trabalhar o mínimo e ganhar o máximo, mas isso é muito difícil na profissão que escolhi. Tenho pensado em aprender mandarim ou outro idioma que me permita trabalhar na China, dizem que lá eles pagam muito bem o profissional da educação, principalmente o professor (aliás, nesse sentido outro dia li um ensaio de Bertrand Russel, o matemático que ganhou o premio Nobel de literatura e que gostava de filosofia e lógica, entre outras, e lá ele dizia que no oriente, ele valorizam mais o saber, diferente do ocidente em que poder é sinônimo de ter, no Brasil nem se fala...) apesar de ter um situação mais ou menos, nada disso me satisfaz completamente, me angustia não poder continuar meus estudos de matemática, matéria na qual sempre fui autodidata, assim como na maioria das coisas que acho que aprendi, todavia no Brasil, sem título, não se chega muita longe, pois em tudo ele é requisitado. Penso muito em mudar-me, somente um grande centro pode oferecer efervescência suficiente para meu ser inquieto. Não penso em viver o resto de minha vida ministrando aulas, tenho outros sonhos guardados e que se remexem dia e noite pedindo atenção... Penso que vou viver mais uns 50 anos, e depois disso mais um bocado, época essa em que estarei ainda esperando se revelar para mim o segredo da vida, que se repetirá continuamente aos meus ouvidos... Sinto-me um vencedor, mas também sinto-me um derrotado, quando olho para a profundidade de onde consegui emergir, percebo que não foi pouca coisa, olho ao redor de mim e ninguém dos meus conhecidos conseguiu chegar tão longe, isso me deixa muito triste... Quando olho para adiante e vejo onde quero chegar, sinto que perdi muito tempo e que o mesmo se escorre em alta velocidade, e vai lá à frente e não consigo acompanhar, estou amarrado... Isso me angustia... Aprendi que tudo acontece no momento certo, independe da pressa ou da lerdeza, que façamos ou não algo para forçar as coisas, não adianta, o esforço humano é inútil, tudo está ocorrendo como deveria, tudo ao doce ritmo alheio a nossa compreensão... Sobre a poesia, escrevo compulsivamente, não há um momento sequer em que a esqueça, e todo dia escrevo algo, infelizmente desprezível, acho que levo a serio demais a "procura da poesia" do Drummond, ainda bem... Entre os poetas de língua portuguesa que não me cansam, há dois: o Fernando Pessoa e o Drummond, o restante não consigo gostar completamente... Não sei como o Drummond escreveu uns versos tão bobos, mais a maioria de seus poemas são dignas da magnitude dos poetas universais, entre muitas desses poemas, me extasia: a máquina do mundo, e agora José, a cavalo de galope, consolo na praia, canção para álbum de moça... São muitos, quanto ao Fernando, toda sua obra poética é maravilhosa, não um verso que não seja digno de nota, dos seus heterônimos, o que mais me apraz é o Álvaro de Campos, e um de seus poemas, entre os muitos, muitos, dos seus poemas que acho mágico é o “Poema em linha reta”, para citar só esse. Eu tenho sonho de grandeza, mesmo que não seja nada na vida, esse sonho o carregarei para sempre, grandeza no amor principalmente. Não escrevo direcionado, acho-me muito incauto, aculturado, mas também não faço tanto quanto deveria para consegui a cultura clássica, ela me cansa um pouco, a moderna também... Não considero certos poemas de autores consagrados dignos de uma antologia, me cansa pensar para compreender a poesia, que, no meu duvidoso entender, deve ser uma rosa de sinestesias. Se tiver que fazer raciocínios laboriosos, prefiro resolver Equações Diferenciais, muito mais deliciosas, ou então, estudar Álgebra Moderna e Teoria dos Números... a poesia deve desabrochar-se diante dos olhos e ir direto para o coração, apenas depois disso é que paira no cérebro, gerando uma sensação de descoberta e satisfação. Nada, além ou aquém disso, é poesia. Estou sempre entre poesias e números, não sou grande em nenhuma dessas coisas, por isso sou duplamente angustiado, (sem considerar agonias de outras naturezas...), todavia, em meus papéis, é sempre possível, entre um cálculo ou outro, achar um poema, ou algo parecido com isso, ou completamente diferente... tudo me cansa, me cansa tudo que não é essencial, é como o amor, que se não for o verdadeiro amor da gente, podemos até levar, mas é sem animação... Muitas coisas poderia escrever aqui, mas faz tempo que me fala aqui na cabeça o bom senso dizendo que já escrevi demais, apesar de, até este ponto, ainda sobrar espaço para aproximadamente 14200 caracteres... duvido muito que alguém leia isso até aqui, pois a maioria dos brasileiros não tem o hábito de ler, e, além disso, como qualquer outro ser humano do mundo, sempre tem algo mais interessante para fazer do que ficar lendo essa lengalenga. Se veio até aqui ou é um humanista ou é alguém que conheço e quer saber mais sobre mim, para talvez contar como se fosse uma piada... Ou alguns daqueles que desconheço e me acham, coisa que não compreendo, de alguma forma arrogante, ou bobo, ou pseudogênio, ou qualquer coisa que lhes dê prazer em alimentar contra mim algum tipo de desgosto... mas eu, como não compreendo isso, também não me preocupo... Se você chegou até aqui pode ser um desses, ou então ser um novato que adentra nesse meu universo de relevos deturpados, mas claro que pode ser que esteja fora desses que citei, nesse caso, talvez seja completamente louco, ou um inveterado diletante da boa literatura, ou quem sabe...

 

PS (Dei uma olhada nesse texto e vi muitos erros, porém não estou com saco para corrígi-los agora, qualquer coisa, não leve em consideração, digitei direto aqui, pode ser que amanhã ou depois o corrija, entretanto, é bem possível que isso jamais aconteça, até mais...) 

2006

 

 

2)  Sou o que busca desfazer-se de mim mesmo em sua maior parte, e aquele que se apega a umas pouquissimas e ifimas qualidades como elementos norteadores dos passos que agora vou dando. Peço a Deus me iluminar os pensamentos, e paciência e compreensão de quem vou encontrando no meu Caminho.

         Eu não aconselho que entre, mas não posso definir nem tolher tua vontade, no caso de empurrar a porta, seja muito bem vindo(a)