Ignorância acabrunhada
Pensava em ti
Por mim passaste,
E estremeci.
Tu não me viste
Me vi em ti.
Como assim?
Onde a linguagem não entra
Bastando a presença
E a luz que clareia a nós dois.
Ergues as mãos
E os olhos levanto.
De pé, tu
Eu, de joelhos .
Falando, calada.
Só isso e mais nada.
Te conduzes pela estrada
Com a alma pela culpa angustiada
Carregando a mim
Nauseada pelas pedras
Que em pães não seriam mudadas.
Era o que pensava a ignorância encoberta e acabrunhada.