INSTANTES ETERNOS
Fadado ao fracasso
Deitei-me embaixo de um Jambeiro
Numa paisagem
Que lembrou-me Van Gogh
Cochilei por instantes eternos
E sonhei com a minha existência inócua
Eu não havia nascido
Quando sucedeu-me circunstâncialmente:
A DOR
Ora, mas a dor que me refiro
É a da alma em constantes complexos
Um conjunto de questões
Mal resolvidas. Uma sentença:
A MORTE
Do Ego? Do Etéreo? Do Hetero?
A voz estérea da morte em difusão
Nada fará mais sentido
Depois do último suspiro.
Esqueça seus discos, sua esposa
Suas amantes e seus empreendedorismos
O grande mistério da vida será revelado
Enquanto sua alma viaja no desconhecido
Um delicioso jambo cai em minha cabeça
Saciando-me saborosamente minha fome
Mas a fome de respostas ainda incomoda
Descubro a gravidade das minhas dúvidas.