ATEMPORAL
No princípio havia o tempo
Todo o tempo
O relógio da vida
Principiava a marcar...
Marcava frações tempo-espaço
A vida que só começava
Era diluída em eternidade
Meu tempo era meu templo.
Os anos haveriam de vir
e vieram, cheios e ansiosos
De ser e existir, inexorável...
E eu fingia não serem meus.
O tempo corria e sorria
Lento como um calendário
Eu era livre, descalço
No encalço da vida...
Fui deixando de ser menino
Diante do espelho um INSIGHT
De repente vi a mim
Um túmulo sepultando um infante
Em um átimo acordei
Para esse olhar tão vago
Assim opaco
Assim distante...
Esse sorriso amarelo
Essa boca desdentada
Esse rosto magro
Tão sem mim
- Ai de mim
Falta me algo
Espero descobrir
Antes do fim...
Tácito