ATEMPORAL

No princípio havia o tempo

Todo o tempo

O relógio da vida

Principiava a marcar...

Marcava frações tempo-espaço

A vida que só começava

Era diluída em eternidade

Meu tempo era meu templo.

Os anos haveriam de vir

e vieram, cheios e ansiosos

De ser e existir, inexorável...

E eu fingia não serem meus.

O tempo corria e sorria

Lento como um calendário

Eu era livre, descalço

No encalço da vida...

Fui deixando de ser menino

Diante do espelho um INSIGHT

De repente vi a mim

Um túmulo sepultando um infante

Em um átimo acordei

Para esse olhar tão vago

Assim opaco

Assim distante...

Esse sorriso amarelo

Essa boca desdentada

Esse rosto magro

Tão sem mim

- Ai de mim

Falta me algo

Espero descobrir

Antes do fim...

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 12/08/2020
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