VÔMITO... Preciso chegar!

Mente arregalada que arranha

Me faz estressada com essa sanha

Que da raiva de não ser, não ter

Me bate e se me apanha...

AH! QUE MENTE AGONIZADA!

QUE VONTADE DE GRITAR DOIDAMENTE

Nesse meu querer demente, intransigente,

Querente de carências tantas...

Esse meu Ser que tanto quer, pertence,

Pertence a que? A quem? Que faço?

Me lanço, me vejo num laço, me prendo,

Corto, jogo fora, me machuco, me solto

Que droga é essa que me faz pirar

Essa capacidade de sentir e quase morrer

E faz virar tudo de pernas pro ar

E o ar falta e o coração quase pára...

Que que é isso, minha gente?

Eu não entrego os pontos, nem a ponta

Do que não desponta... Me disponho,

De novo e de novo, a cada recomeço...

Não me atrevo a parar, a desistir

Não deixo de agir, interagir, chorar

Porque minha vida é agora, esse

Meio que emaranhado, de querer

Quero tanto, e tanto e tanto,

Que já nem sei mais o quê...

Que se me perde? Que me falta?

Que dor de ausência é essa?

Quantos pertencimentos!!! Quais?

Como? O quê? Quais eu quero, quais não?

Que que é isso, minha gente?

Que está a ferir, tão de dor, minha mente?

Sou como uma fera ferida, aprisionada

Nessa mente, que me prende e me dói,

E me faz querer ir mais além, transpor

Esse desassossego, esse ardor, clamor...

Aonde foi o meu amor? Aonde estão, amores?

Que que eu tenho feito, que me arrepio,

Extrapole e vos afasto, de arrasto.

Quero ficar só! Quero estar acompanhada!

Quero ter superada e sanada

Essa doida necessidade de amar

e ser amada...

Que entranha estranha, em minh'alma,

Que faz desaguar minhas fontes

Límpidas de quer ser, ter, amar...

Estou como semente, a querer brotar...

Estou como flor, a querer desabrochar

Estou como casulo a romper-se; borboleta...

Estou coração, como vulcão; eclodir...

Estou, mas não estou... Só... Mas querendo ficar

Aqui ou em qualquer lugar, com você, meu amor,

Até que a vida exploda, e então, poder amar...

Grita um grito fechado, em minha garganta!

E eu aqui, morrendo de tanto viver, sem poder,

Sem ter, sem querer, querendo e querendo

Porque se posso alguma coisa, já não sei...

O que preciso é agora me reinventar;

Começar tudo de novo, recomeçar;

Porque nesse meu hoje, me irrito

E grito, e reclamo, e clamo e choro...

Preciso nascer nesse meu instante presente;

De novo e de novo, ir adiante, sem medo!

Não tenho! Só está difícil esperar...

Ansiedade? Dores das despedidas... Chegar!

Maria Tereza Bodemer
Enviado por Maria Tereza Bodemer em 28/06/2019
Código do texto: T6683882
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