Dores de nascer
O mãe minha
Do teu ventre amoroso
Para uma vida de padecer
Quem dera a mim repousar novamente
Nos preâmbulos da existência
Sem conhecer as paixões
Sem viver as desilusões
Pudera eu em algum momento
Compreender seus sonhos maternais
Me entregar aos propósitos temporais
Viver para satisfazer-te
Nem por um minuto
Nem que tudo fosse em vão
Jamais haveria de curvar-me
Aos propósitos de sua gestação
Hoje existo além de seus desejos
Além de seus medos parturientes
Longe do seu toque
E distante do seu afeto
Dá-me a bênção de ser apenas eu
Vive por ti que viverei por mim
Pela Glória de não ser quem gostaria
Hoje e sempre.