àgua
As lagrimas que correm dos meus olhos
Não serão jamais suficientes
Para nos fazer navegar o Judá
Kerouac pelos caminhos de asfalto
Eu pelos caminhos secos do rio
Sou pó e poeira
Água
Bendita palavra
Benta
Bendita, planeta, última vontade do meu ser/sede
O ser é sede e a sede de tudo
Alegria, dinheiro, sexo
Mas, sobretudo, sede
Água
Minhas lagrimas secam como o Urucuia
E seus afluentes, meu Judá
E eu sou cada vez menos barqueiro
E cada vez tenho menos vida
Águas ...só as do Hades
Caronte
Bendita vida, vamos virar esta página
E encharcar os nossos córregos e rios
Para não defrontarmos Caronte
Água para nossos filhos