Palavras
(segunda carta a Álvaro de Campos)
 
 
 
Álvaro, na tua lucidez
Tua louca lucidez
Escreveste
“O que sei eu do que serei
Eu, que não sei o que sou?”
E tu não percebeste a resposta
Porque teu futuro foi parco.
Ah, amigo Álvaro, mas eu sim.
“O que sei eu do que fui
Eu, que não sei o que sou?”
 
Todas essas palavras
Tuas e minhas
São a resposta.  
Isto é o que fomos
O que somos
E o que seremos.
Palavras, Álvaro.
Apenas...
Palavras.






 

 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 01/02/2017
Reeditado em 01/02/2017
Código do texto: T5899790
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