O Adormecer e o Despertar do Ser

Quando o Ente aqui chegou,

Nada tinha,

Não sabia quem era,

Nem quem seria.

Uma Consciência Indiferenciada

Pairava e Espreitava

Aquela manifestação da Vida.

Uma Potência Pura,

Para aprender,

Para amar,

Para Ser

Agora sabe,

Era um náufrago,

De inúmeras embarcações,

No imenso oceano da vida,

Cujo balançar,

O fez aportar por aqui ...

Desta vez.

Deram-lhe um nome,

Absorveu feito esponja,

Sem saber, sem pedir,

Tudo o que viu, ouviu, cheirou, provou e sentiu.

Se tornou o que viu,

Ouviu, cheirou, provou e sentiu.

Daquela esponja,

Cada minúsculo poro,

Foi encharcado pelas águas turvas

Da milenar cultura humana.

Despertando ...

Com uma saudade,

De um tempo fora do Tempo

Percebe que seu Lar

É um ninho no coração do momento.

De onde Ecoa um murmúrio,

Não durma, não durma.