VISÕES NO PLENILÚNIO
A lua prateando o mar
Na madrugada vazia
Traz ondas contidas de luz,
E capto num radiograma
De invisível encantamento:
Rastros misteriosos
Das estrelas lonquínquas.
Os campos cinzentos
Tornam-se claros e belos!
O canto dos sapos e grilos
Já não soam como lamentos da água.
No porto sobrevoa
Em voos acrobáticos
Os albatrozes singrando os mares!
O vento uiva nas rochas
Enquanto uma gaivota canta...
Visualizo o vento
Soprando a lua cheia
E tudo vejo, na transparência,
Até mesmo o silêncio da espera
Antevendo a saudade eterna.