Entre as vidas.

Eu tenho as vidas em meus olhos

e as guardo comigo quando encerro;

e as perco para o limbo ao abri-los;

e as recapturo quando os movimento,

elas passam por mim, em seus brilhos.

Eu tenho a vida inteira vivida.

As que vivem e as que se foram.

Umas vão e vem todos os dias,

outras, às vezes, à noite me vêm

ou quando sonho em demasia.

Estou vivo entre elas e se morro,

morro para encontrá-las todas.

Se me confundo entre suas idas,

se fico a passear a conhecê-las,

sejam todas, minhas preferidas.

Eu tenho minhas vidas nos olhos

e as carrego se ando a me entregar

em sonhos de brilhos a advinhar

o que me espera no próximo segundo,

a seguir meu passo incerto a encerrar.