O PESADELO
 
 
Todos os meus pelos estavam arrepiados.
O momento era de pânico. Muito difícil.
Sentia-me frouxo e totalmente inútil.
Era agredido físico, oral e verbalmente.
A trinta metros de altura nada enxergava.
Minha cabeça dava voltas sem sair do lugar.
 
Como que por encanto estava suspenso,
Sustentado apenas por uns fios de cabelos.
Até quando a minha epiderme suportaria?
Questionava tudo em frações de segundos.
Como desvencilhar-se de tanta agressão?
Dei então o meu último suspiro antes de cair.
 
Abri os olhos e me encontrei sorrindo feliz.
Estava amparado nos braços da minha amada,
Que me indagava o que havia acontecido.
Sem nem mesmo entender, contei-lhe o sonho.
Aliás, não foi um sonho. Foi um longo pesadelo.
Desses que agradecemos a Deus quando termina.