VOEJAR
Quisera ter o poder de voejar livre
Na imensidão do divinal curso estelar
E, entre astros fulgurantes,
Sentir a luminosidade mais divina
Perpetrar as minhas vísceras
Num longo enternecer de emoções,
No meu céu de raro esplendor!
Na paz dos meus sentidos,
A distância da Terra tristonha e poluída
Daria lugar às quimeras e aos sonhos
Materializados em cores e sabores,
Ausentando os lampejos da tristeza
Que insiste em fazer de mim
Um fantoche, apenas, de um sonhado jardim.
Ah! Como seria alucinante
Desfraldar a bandeira da liberdade
Há tanto acalentada
Em labirintos de saudades,
E vislumbrar as delícias
De um viver onde a dor e a saudade
Nada seriam em meio aos sonhos encantados.