CRONOS-POESIA
A poesia é um instrumento de ouro
pelo qual os homens harpeiam seus mistérios.
Nela o homem esconde seus outros,
à medida que brinca; brinca de ser sério.
Neste acaso, somos percebidos, nascidos,
moldados pela capacidade do dizer.
Nem dias, nem prantos, nem olhos esquisitos.
Vejo-te, e não te vejo. És-me o não ser.
Isto compõe uma poesia: leves ventos.
Nada se faz borboleta, além do voar.
Eterna e serena, meu anjo-guarda-tempo,
Cronos de inefáveis cores. Belo guerrear.