SENTIMENTO POÉTICO
Quando o meu prisma se faz poético,
Vejo taças de sol poente
No brilho de cada olhar.
No céu rutilam estrelas
Como um tear de cristal!
Quando os passarinhos insurgem
Em acrobáticas magias
Principiando os seus cantos
Em dias de ventania,
Vejo o mundo transmudar
Longínquos rincões tristonhos
Em eldorados felizes
De infantes sonhos risonhos!
Quando a noite me alucina
No magneto do plenilúnio,
A comoção me domina
E me sinto um deus-menino!
Quando iluminados sorrisos
Despojados de amarguras
Derramam calientes brilhos,
Os meus olhos fazem festa
Buscando descobrir a fonte
Onde dormem os eflúvios
Dos sentimentos poéticos.