MUNDO FRÁGIL
Dentro de mim há um mundo frágil
que se dissipa constantemente
na beleza do despedaçamento.
Como uma peça de chave-áurea
no oculto de uma desconstrução
que mais é construção indefinida.
A cada amanhecer, sou confortado
nas vértebras deste limite,
onde o sol e a totalidade de mim
são os principais sujeitos.
Este mundo frágil, cujo tempo
é a vertigem clara de minha consciência,
se cria nos pedaços que me formam.
Então, sou esgotado de amor e lucidez,
até que minha memória multiplique-se,
e gere em meu espelho a certeza de ser único
- apesar de ser vários.