VIRTUALMENTE REAL

Mergulho na transcendental iniqüidade do nada

Força, eu sou, consagrando-me ao dia do ontem

O que passou, virou nada eterno, poeira cósmica

O amanhã será luz, divindade de emoção contida

Nada tenho, além desta chama poética que me consome

Queria ser muito mais do que as palavras que tento dizer

A realidade é crua e encrua meus sentimentos reais

O amor me refaz a cada segundo que escorre entre minhas mãos

Serei enigma indecifrável ou mera casualidade?

Sou chuva, sou sol, sou natureza?

Indagações, eu as tenho, mas as respostas urgem

Vivo da fantasia que penso ser a não ficção

Uma fixação mórbida daquilo que poderia ter sido

Mas não foi.Nada aconteceu, nem poderia...

Minha energia é efêmera como a queima do oxigênio na combustão,

Sou brasa viva num instante fugaz

A chama arde, o tempo se esvai

Tenho teima em mim! Luto e reluto

Não posso esmorecer jamais

A palavra aprisiona as minhas vontades

Mas não deleta as minhas lealdades

No mundo, há maldades, eu sei...

Sem debilitar meu imo, vou vivendo

Se real ou se virtual, não importa...

A mola mestra do meu viver ainda é o amor!

Denise