Fiquei anulado diante do papel
Fiquei anulado diante do papel
Que esperava as palavras de um poema
Mas eu estava cansado,
A minha mente doente
Só queria parar
Meu espírito sentia a ressaca de viver,
Uma vontade de vomitar
As coisas que não foram digeridas,
Que lhe causavam mal-estar...
Tentei escrever,
Esforcei-me para abraçar o poema,
Qualquer um,
Que fosse de amor ou de revolta,
Não importava,
Eu queria apenas algumas palavras...
Mas não consegui nada,
Nada...
Pus então a cara no colchão
E esperava o sono
O poema não vinha,
Minha mente estava enjoada
De pensar as mesmas coisas...
Fiquei esperando o sono,
A mão na caneta,
Na prancheta a mão
E tudo no colchão...
De olhos fechados,
Depois de algum tempo
No entre duas realidades,
Eu comecei a ouvir
O som de uma respiração...
Eu estava no quarto
Sozinho sobre o colchão,
Tinha lá na minha prancheta
Papel
E sobre ele a caneta
Segurada pela mão...
Senti como se mais alguém
Houvesse entrado
No meu quarto
E me prestado atenção,
E me viu em diagonal na cama
E a caneta em minha mão...
Era algum ser
(...)
14/07/2007