Fiquei anulado diante do papel

Fiquei anulado diante do papel

Que esperava as palavras de um poema

Mas eu estava cansado,

A minha mente doente

Só queria parar

Meu espírito sentia a ressaca de viver,

Uma vontade de vomitar

As coisas que não foram digeridas,

Que lhe causavam mal-estar...

Tentei escrever,

Esforcei-me para abraçar o poema,

Qualquer um,

Que fosse de amor ou de revolta,

Não importava,

Eu queria apenas algumas palavras...

Mas não consegui nada,

Nada...

Pus então a cara no colchão

E esperava o sono

O poema não vinha,

Minha mente estava enjoada

De pensar as mesmas coisas...

Fiquei esperando o sono,

A mão na caneta,

Na prancheta a mão

E tudo no colchão...

De olhos fechados,

Depois de algum tempo

No entre duas realidades,

Eu comecei a ouvir

O som de uma respiração...

Eu estava no quarto

Sozinho sobre o colchão,

Tinha lá na minha prancheta

Papel

E sobre ele a caneta

Segurada pela mão...

Senti como se mais alguém

Houvesse entrado

No meu quarto

E me prestado atenção,

E me viu em diagonal na cama

E a caneta em minha mão...

Era algum ser

(...)

14/07/2007

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 05/03/2012
Código do texto: T3536347
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