"DO PASSADO..."
DO PASSADO...
Horas travestidas de borboletas
Flanam insones pelas areias do tempo
A ampulheta se agita
Fluidificam-se os ais, os rancores
Liquefazem as saudades
Assopram os cabelos
Longos, presos
Chicoteadas, as loiras melenas choram
Caindo amorfas pelo rosto
Vincado pelos arranhões de cruéis sendas...
O jardim então seca
Nada mais encontro
A infância queda inerte
Nulificada,rasteja...
O sangue morto ainda borbulha
Venham,pois ó piedosas mortalhas!
Recolham o nada!
A insepulta meninice
De meus sonhos violentados!
* Nota da Recantista: Interação ao sublime poema " No parapeito da Janela" da notável lavra da eminente poetisa Tania Meneses,texto este publicado aos vinte quatro de janeiro deste ano,neste espaço...
* Nota da Recantista nº2: Minha interação está em processo de Registro na Biblioteca Nacional.
* Muito obrigada, Tania querida! Minha inspiração andou arisca e ao contemplar esta obra prima sorriu e se manifestou novamente... Que JESUS te abençoe, INFINITAMENTE! Beijos Ivoninha
Confiram amig@s a magnitude do texto inspirador:
No Parapeito da Janela
Procurei a infância pelos jardins e praças
Nas paredes onde se arrastam as traças
Por detrás dos velhos quadros onde vivem as lagartixas
Sob velhos caqueiros de barro revirados no pátio
No interior de antigas fotografias
Em um caderno manchado pelo tempo
Dentro das páginas de um livro esquecido entre os trecos da casa
Por toda parte e desesperadamente busquei os anos tão longínquos
Não estavam nos retalhos das cortinas da sala
Sequer numa chaleira de cobre
Nem nas gavetas de uma depressiva penteadeira
Também não estavam nos cantos dos velhos armários
A infância sumiu no rosa da mimosa begônia que morreu de sede
No parapeito da janela
Tânia Meneses
Enviado por Tânia Meneses em 24/01/2012
Código do texto: T3458711