UM NAVIO RESPEITADO (Em memória dos Negros)

Estou calado, nesta estrada de espinhos e espumas,

e não sou flutuante quanto aquele Navio Negreiro...

Tenho a eterna vontade de vomitar plumas!

Mas, e o tempo? Que dele restará? Vão celeiro?

Talvez eu seja um torpe e fugaz conhecimento,

que se demora a viver prudente entre os homens.

E ainda que, de desejos, eu louvasse aos ventos,

Hoje estaria sem conhecer as faces do ontem!

Sangue, dor, uma raça que foi quase-devastada!

Castro Alves, tua voz soa como flâmulas!

Mesmo agora, com cavalos, escudos e espadas,

Há esperança de queimas e protestos avivados.

Entre versos firmes, extremos e lutas-correntes

Faço, com ilustre causa, um novo Navio respeitado!

Wilder F Santana
Enviado por Wilder F Santana em 19/01/2012
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T3449765
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