AQUARELA TARDIA

Já as mãos cansadas

perguntam pelas tintas

gastas de pintar nuvens...

Já a tela enruga pensamentos

e a gaiola das esperanças

se agarra nos filhos de um sol

que viajam na corrente...

Já habitaram matizes no olhar

que convidavam o ocaso

a delongadas viagens...

Tomo o campanário sem hora

e desfraldo emoções

em papel perfumado,

longe de olhares...

Vejo que as cores da tela

desbotaram sem máculas

debaixo dos olhos meus...

É tarde...